15/06/2021 11:05:24
Saúde
Consumo de vitaminas não previne o coronavírus, mas evita outras doenças
Dieta x imunidade: consumo de alimentos-fonte são mais eficientes na normalização da defesa do organismo
Divulgação
Assessoria

Muitas pessoas têm recorrido ao uso de vitaminas numa tentativa de evitar ou minimizar os sintomas provocados pelo coronavírus. Isso tem se notado principalmente nas farmácias, com o aumento da oferta e da procura por suplementos de zinco, cálcio e vitaminas C e D. Vendedores chegam a afirmar, numa tentativa de convencer os clientes, de que aqueles produtos ajudariam a melhorar o sistema imunológico e diminuiriam o impacto da Covid-19, só que essa afirmação não é cientificamente comprovada.

Pior: ela foi descartada por recentes estudos feitos em universidades norte-americanas, que apontaram o uso de suplementos vitamínicos como ineficazes na prevenção ou redução dos sintomas provocados pelo agente causador da Covid-19. Uma conclusão endossada pelos especialistas.

“O uso de suplementos não evita a contaminação. Inclusive, o consumo em excesso de nutrientes também pode trazer efeitos deletérios e tóxicos. A regra é simples: suplementação só com prescrição”, salienta a nutricionista Danielle Alice Vieira, professora do curso de Nutrição e coordenadora da Liga de Nutrição nas Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (Lancro), do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL).

Ela aponta que a Sociedade Internacional de Imunonutrição (Isin) publicou um recente posicionamento sobre dieta e imunidade. “Basicamente sinalizou sobre vitaminas C, D e E, além do Zinco, como normalizadores gerais da imunidade (dando preferência ao consumo de alimentos-fonte) e não como curadores do vírus”, resumiu a professora, lembrando que a única profilaxia reconhecida até o momento contra a infecção do coronavírus é o uso de máscara e o distanciamento social, acompanhado da higienização das mãos com água e sabão ou álcool.

O fortalecimento do sistema imune, que ajuda também a prevenir outras doenças, requer várias condutas, desde a manutenção de hábitos saudáveis ao consumo regular de nutrientes denominados imunomoduladores, como as vitaminas A, C, D e E, zinco e selênio. Nutrientes que podem ser adquiridos através de uma alimentação adequada, alerta a nutricionista.

“O consumo desses nutrientes pode ser feito prioritariamente por alimentos. Uma alimentação rica em frutas, folhosos, vegetais, oleaginosas e carnes magras já garante um bom aporte”, frisa Danielle Alice, destacando ser importante manter uma oferta de água adequada, entre 2 e 2,5 litros por dia.

Outras doenças

O consumo dessas vitaminas de modo natural pode contribuir para o combate a outras doenças e carências mais comuns, como a hipovitaminose A, o escorbuto (que vem da deficiência de vitamina C), sintomas do resfriado, infecções respiratórias superiores e prevenção dos agravos crônicos não transmissíveis, como obesidade, diabetes e hipertensão.

Alice explica que o sistema imunológico do corpo humano é um conjunto de anticorpos que se mantém ativo e forte através de alimentos que forneçam as substâncias responsáveis por manter essas células. “O nosso sistema imune atua a partir da barreira física e de células imunológicas, é um sistema complexo que necessita de uma oferta adequada de micronutrientes (vitaminas e minerais). Em condições onde o sistema imune é recrutado, a demanda energética e de demais nutrientes sofre um incremento”, assinala.

Outros hábitos saudáveis recomendados pela nutricionista são: a prática regular de exercícios físicos (para expressão das células imunológicas); o controle da ansiedade (que pode ser construído com práticas de meditação); e o consumo de compostos bioativos, como a curcumina (presente na cúrcuma), a alicina (encontrada no alho) e o própolis.

“Ainda tem a importância do sono. Para melhorar a rotina de sono orienta-se o consumo regular de triptofano, aminoácido que está envolvido na produção de melatonina, o hormônio envolvido nessa regulação”, explica Danielle, referindo-se ao nutriente que pode ser encontrado em ovos, frango, leite, quinoa e feijões.

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