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18/05/2022 09:34
Alagoas

Alagoas tem mais de 1.500 pessoas desaparecidas, aponta Sinalid

IMLs do Estado também registraram cerca de 800 corpos não identificados e não reclamados
Reunião debateu sobre os casos de pessoas desaparecidas em Alagoas / Foto: Ascom Polícia Científica
Assessoria

 “Meu filho foi passar o natal com os avós em Passo de Camaragibe e, quando fui buscá-lo, no dia 14 de janeiro de 2014, descobri que ele estava desaparecido. Ele tinha 14 anos na época, saiu com dois outros jovens e nunca mais voltou. Fizemos buscas nas matas, rios e não conseguimos localiza-lo. Já são 8 anos, mas não desisti de achá-lo”, disse, emocionada, Irenilda da Conceição, que não perdeu a esperança de encontrar o filho Elias Natanael dos Santos com vida.

 

O relato dessa mãe foi feito durante reunião do Comitê Gestor Estadual de Política Nacional de Busca por Pessoas Desaparecidas da Secretaria de Segurança Pública. No encontro, foram apresentados dados atualizados sobre desaparecimentos ocorridos em Alagoas e discutidas ações que serão realizadas no dia 25 de maio, quando se celebra o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas.

 

Os números apresentados por Helena Bonfim, representante do Programa de Identificação e Localização de Desaparecidos (PLID) em Alagoas, que integra o Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid), são impressionantes e preocupantes. De 2018 a 2022, foram registrados 1.584 casos em todo o estado, 61% deles não têm motivo aparente.

 

“Desse total de desaparecidos, 62,37% são do sexo masculino, 36,06% do feminino, e 1,57% indeterminado. Pela faixa etária de idade, o maior número de desaparecidos é de adolescentes entre 12 e 17 anos, com 31,25%, seguido de vítimas entre 18 e 24 anos, com 15,63%. O percentual de crianças, de até 11 anos, é de 4,17%”, explicou Helena Bonfim.

 

Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que a maioria dos desaparecimentos aconteceram em Maceió (782), em segundo lugar está o município de Arapiraca (147), seguido de Rio Largo, com 84 casos. Outro dado importante levantado pela Polícia Científica nos IMLs de Maceió e Arapiraca são os registros de 800 corpos não reclamados, a maioria deles não identificados.

 

Amostras de material biológico desses corpos foram extraídos para serem inseridos na Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG). A ação faz parte da Campanha Nacional de Desaparecidos, que tenta identificar essas vítimas e seus familiares.

 

“Esses números são de extrema importância para o desenvolvimento de ações integradas para combater e divulgar casos de desaparecimento no Estado. Nós, que fazemos parte desse grupo, estamos construindo juntos novas políticas públicas para buscar respostas para essas famílias que não perderam a esperança de encontrar o ente desaparecido e que procuram os órgãos oficiais pedindo ajuda”, afirmou o perito médico legista Diogo Nilo, autoridade central estadual do Comitê.

 

Ato Vozes do Silêncio

 

No próximo dia 25, os integrantes do Comitê irão participar do “Ato Vozes do Silêncio - Onde estão nossas crianças?”. O evento, realizado pelo Instituto Raízes de Áfricas, acontecerá na orla lagunar, a partir das 11 horas, para chamar a atenção para os casos de desaparecimentos de crianças, como o da pequena Maria Clara Gomes da Silva, de 5 anos, ocorrido em julho do ano passado, no bairro Vergel do Lago, em Maceió.

 

“O Vozes do Silêncio é um ato cheio de sons que gritam contra o silêncio acentuado pelo tempo. É para celebrar lembranças das crianças desaparecidas e acolher a memória que segue bem viva no coração das famílias. Um ato de acolhimento para as famílias e uma outra maneira de contar histórias, dessas vidas, que seguem perdidas no mundo”, explicou Arísia Barros, coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas.


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