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11/03/2021 17:10
Economia

Investimento financeiro e produtivo podem ter objetivos inicialmente diferentes

O investimento financeiro é geralmente aquele que envolve compras de ativos em mercados de forex, ações ou matéria prima; já os produtivos tem como principal objetivo a expansão de atividades dentro da economia, em boa parte das vezes a partir de empresas

Um dos assuntos mais importantes e relevantes da teoria econômico-financeira é a questão do investimento. Em um mundo de recursos (físicos) muitas vezes escassos, as decisões que envolvem as escolhas de investimento em um ou outro negócio ou indústria são sujeitos a estudos aprofundados antes, durante e depois do feito ser realizado.

Mas é preciso também separar as noções de investimento que circulam nos meios de comunicação, que muitas vezes se confundem. Isto envolve a diferenciação entre os investimentos financeiros e os investimentos produtivos, que nem sempre andam de mãos juntas.

O investimento financeiro é geralmente aquele que envolve compras de ativos em mercados de forex, ações ou matéria prima por exemplo. No caso do forex, as operações são feitas a partir da valorização ou desvalorização de uma moeda sobre a outra, o que determina operações de compra ou de venda para a execução dos lucros.

Enquanto isso, investimentos produtivos tem como principal objetivo a expansão de atividades dentro da economia, em boa parte das vezes a partir de empresas ou até setores por inteiro. Estes podem ser feitos a nível local, nacional e/ou internacional, e possuem um aspecto mais “palpável” e consequentemente concreto em comparação a operações financeiras, que geralmente envolvem ativos financeiros como moedas e títulos públicos e privados.

 Os investimentos produtivos possuem uma outra dimensão importantíssima, que são os incentivos públicos que servem tanto para financiar diretamente quanto para catalisar a alocação destes recursos numa atividade específica. Estes também podem ter um âmbito mais local, vindo através de linhas de financiamento, reduções fiscais e até mesmo dinheiro injetado diretamente em empresas do mercado.

O objetivo último do investimento produtivo é incrementar a produtividade da região e como consequência gerar mais empregos. Ambos os aumentos servem para revitalizar a produção de produtos da economia não só das empresas que realizaram investimentos, mas também de empresas em seu entorno que ganham por meio do dinheiro pago aos novos funcionários de um empreendimento que acabou de ser aberto ou expandido.

Em alguns casos, existe uma divergência entre os investimentos financeiros e os investimentos produtivos através de efeitos como o chamado “crowding out”, onde o investimento público direto em um mercado acaba reduzindo os recursos financeiros disponíveis para agentes privados. Isso faz com que o preço dos financiamentos potencialmente transformados em investimento fique maior por meio da taxa de juros, o que no limite pode levar a uma redução da produtividade da economia como um todo.

Mas existe também a interação positiva entre investimento financeiro e produtivo a partir dessa dinâmica de juros e escolha de investimento. Em um cenário de baixas taxas como as que vigoram no Brasil, existe um incentivo para que bancos e outros agentes financeiros emprestem dinheiro para tomadores de crédito uma vez que existe mais retorno nesta prática do que no investimento em títulos de dívida pública. Em tese, isso leva aos benefícios positivos que um aumento no investimento da economia gera para quem se encontra dentro dela.

Os movimentos de câmbio, juros e outros índices financeiros que ganham tanta atenção no noticiário econômico, são importantes justamente por sinalizarem potenciais efeitos positivos ou negativos na economia mais “palpável”. Enquanto que oscilações diárias são normais, uma tendência de queda ou desvalorização são fatores preocupantes não só para investidores, mas para os produtores e governantes também.

O outro lado é que em um cenário de baixas taxas de juros e um mercado privado não muito confiante em tomar crédito, o governo tem espaço para contrair dívidas a fim de aquecer novamente a economia. É algo que já tem sido praticado nos Estados Unidos e na Europa, com esta última tendo taxas de juro abaixo de zero.

Logo, em cenários de crise é importante se atentar muito mais ao grande escopo da economia do que em alguns dos seus vários detalhes. É algo importante para saber o que pode ser feito pela sociedade e pelo governo a fim de recolocar o país nos eixos.
 

 

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