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04/09/2020 08:18
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Cauã lembra bullying na infância: 'Eu era o garoto da casa da louca'

Astro recorda o bullying, as relações familiares e o trabalho antes da fama, dificuldades superadas entre a infância difícil no Rio e seu prestigiado momento atual
/ Foto: Mar+Vin

 Imagine ser criado em uma casa com três mulheres: uma tia esquizofrênica, estuprada por porteiros do seu prédio; a mãe adotada, às vezes autodestrutiva; e uma avó aleijada que perdeu o noivo atropelado. O pai vivia a 1.046 quilômetros de distância sem fazer ideia do que acontecia naquele prédio de classe média baixa, quase pobre, próximo à favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.

Fora de casa, o menino Cauã Reymond apanhava na rua de outros meninos mais velhos, que riam e se referiam a ele como “o garoto da casa da louca”. Foi matriculado e estudou na segunda e terceira séries em colégio de surdos-mudos (mesmo sem ter qualquer deficiência). Quando se mudou para o CEL (Centro Educacional da Lagoa), escola particular paga pelo avô paterno, a rotina de socos, mãos, rostos inchados e bullying continuava. O ator cresceu com tão pouco dinheiro que chegou a vender paçoca para ajudar no orçamento familiar. Ele recorda que quando a tia, a louca, morreu assassinada, não havia dinheiro suficiente para o enterro.

Como você reagiria à vida se passasse boa parte da infância sob essas condições de temperatura e pressão? Onde se refugiaria? Que cicatrizes ficariam para sempre e quais seriam curadas pelo tempo? Que tipo de pai você poderia se tornar?

"O clima podia ser bem pesado em casa, até violento, com muitos gritos. Minha tia esquizofrênica perdia o controle e às vezes olhava pra mim e dizia 'vou cortar seu pinto'. Eu era criança e isso me desesperava", lembra.

Aos 14 anos, Cauã se mudou do Rio para morar com o pai, José Marques, em Balneário Camboriú. Marques é psicólogo, nadador e mergulhador talentoso, apaixonado por esportes tanto quanto o filho. Nunca chegou a se profissionalizar. Nunca teve apoio do pai, paraibano, filho de negro com índia, que saiu de casa para morar sozinho no Rio aos 17 anos. Como o avô, Cauã também ganhou o mundo aos 17. Deixou Santa Catarina para tentar a vida de modelo. Viajou para Milão, Paris, fotografou com Bruce Weber e trabalhou com Karl Lagerfeld. Viveu dois anos em Nova York, onde limpou chão e tinha apenas 20 dólares para gastar por dia. A decisão mais importante era saber se ia almoçar ou jantar com aquele dinheiro.

Aos 40 anos, Cauã parece viver a plenitude. Faz tempo que tornou-se um dos atores mais bem pagos da TV brasileira. Seus contratos de publicidade são fechados em milhões. Mora em uma linda casa no Joá, Rio de Janeiro, e pode se dar ao luxo de convidar seus amigos para surfar em Fernando de Noronha. Tem 10,5 milhões de seguidores no Instagram. Desde os 28 anos protagoniza filmes e novelas. Sua atuação corajosa no filme Piedade, de Claudio Assis, rendeu-lhe o prêmio de melhor ator coadjuvante pelo júri do Festival de Brasília. O longa, lançado este ano, lotou o Cine Itaú, no Rio, no fim de semana de estreia. Nele, Cauã contracena com Fernanda Montenegro e se entrega a cenas fortes e sensuais com o personagem de Matheus Nachtergaele. Acredite quando digo que são fortes e sensuais. "Piedade foi um projeto que me desconstruiu completamente. Claudio Assis é punk, tinha certeza de que ele ia me desafiar, puxar meus limites, e foi o que aconteceu. Aceitei fazer o filme sem mesmo ter lido o roteiro."

Fonte: GQ/GLOBO


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