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02/03/2021 11:08
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Quase 300 meninas sequestradas de escola na Nigéria são libertadas

É o 4º ataque em menos de 3 meses no noroeste do país. Autoridades negam o pagamento de resgate, mas especialistas não acreditam na versão e temem que a prática estimule os crimes.
279 meninas sequestradas de escola em Jangebe, no noroeste da Nigéria, são libertadas após 4 dias / Foto: Sunday Alamba/AP

 As 279 meninas sequestradas na sexta-feira (26) em um colégio de Jangebe, no noroeste da Nigéria, foram liberadas e estão com as autoridades, anunciou nesta terça-feira (2) o governador do estado de Zamfara, Bello Matawalle.

"Estou feliz de anunciar que as meninas foram liberadas. Acabam de chegar à sede do governo e estão bem", declarou o governador após um rápido encontro com as estudantes. "O número total de meninas sequestradas era 279 e todas estão diante de nós. Agradecemos a Alá".

Inicialmente, as autoridades anunciaram que 317 estudantes haviam sido sequestradas no ataque de um grupo de homens armados contra a escola.

As jovens, visivelmente cansadas, chegaram em vários micro-ônibus a Gusau, capital de Zamfara. As autoridades reuniram as estudantes em um auditório e entregaram roupas limpas e hijabs (véu que cobre o cabelo e peito) de cor azul.

Depois, as jovens se perfilaram para cantar o hino nacional nigeriano.

O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, expressou "imensa alegria" após a libertação das meninas. "Me uno às famílias e ao povo de Zamfara para receber e celebrar o retorno das alunas traumatizadas", afirmou o presidente em um comunicado.

Buhari prometeu acabar com o conflito que afeta o norte do país, mas a situação é cada vez mais dramática. Na manhã desta terça, uma base da ONU e um acampamento militar foram alvos de um ataque de milicianos de um grupo jihadista vinculado ao Estado Islâmico.

Escolas como novo alvo

O sequestro das alunas de Zamfara foi o quarto ataque contra escolas em menos de três meses no noroeste da Nigéria, onde há uma década grupos criminosos roubam gado e executam sequestros para pedir resgates.

Em geral, os alvos são figuras públicas ou viajantes nas estradas, mas nos últimos meses as escolas se tornaram um alvo mais lucrativo.

Em dezembro, o governo de Zamfara negociou a liberação de 344 jovens que foram sequestrados em um colégio no estado vizinho de Katsina.
As autoridades negam o pagamento de resgates, mas especialistas em segurança não acreditam na versão e temem que a prática estimule os sequestros em regiões inseguras, minadas pela extrema pobreza.

Nesta terça, o governador afirmou que "bandidos arrependidos" ajudaram a garantir a libertação das 279 estudantes.

As autoridades do estado negociam há mais de um ano com o grupo que promove esses sequestros uma anistia em troca da entrega de armas.

Os novos sequestros em massa trouxeram à memória o rapto de Chibok, em 2014, quando o grupo extremista Boko Haram sequestrou 276 estudantes. Mais de 100 meninas continuam desaparecidas até hoje e não se sabe quantas sobreviveram ao sequestro.

Escolarização, pobreza e insegurança

Mas os dois sequestros são diferentes: os sequestradores atuam por dinheiro e não por razões ideológicas, apesar dos vínculos de alguns criminosos com os grupos jihadistas.

Os grupos atraem cada vez mais jovens desempregados em regiões onde mais de 80% dos habitantes vivem na extrema pobreza. Alguns chegam a ter centenas de combatentes.

A violência no país provocou desde 2011 a morte de mais de 8 mil pessoas e o deslocamento de mais 200 mil, segundo relatório do International Crisis Group (ICG) publicado em maio de 2020.

Outra consequência preocupante dos sequestros é o aumento da deserção escolar, especialmente de meninas, na região menos escolarizada da Nigéria, segundo o ICG.

Fonte: G1


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