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12/06/2023 10:00
Economia

Concessionárias reduzem preço e carro já é vendido a R$ 60 mil em AL

Montadoras estão aplicando descontos acima do valor que foi fixado pelo programa do governo federal
/ Foto: Arquivo GA
Gazetaweb

Na mesma semana em que foi publicada a Medida Provisória (MP) que cria faixas de descontos para veículos populares, o preço do carro zero quilômetro já apresenta redução em Alagoas e pode ser encontrado no Estado a partir de R$ 60 mil, de acordo com o presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do estado de Alagoas (Sincodiv), Luiz Pires. Ele conta que o estoque atual de veículos em Alagoas gira entre mil e mil e quinhentos veículos.

Pires explica que algumas montadoras já divulgaram descontos, que chegam, segundo ele, a R$ 10 mil, porque as montadoras vão aplicar um desconto acima do que a MP já garantiu. De acordo com ele, em geral, foram acrescidos R$ 2 mil de desconto ao já dado pelo governo.

O presidente do Sincodiv conta que a categoria recebeu bem a notícia da medida e que ela é necessária porque o setor vinha de uma parada há cerca de três meses. “O mercado tinha caído, as montadoras e as revendas com os estoques altos, elevados e a retração grande do mercado”, detalha.

Pires explica que as entidades de classe já pleiteavam que fosse feita alguma coisa. Luiz Pires diz acreditar ainda que, no decorrer desse período da MP, que em princípio será de quatro meses, o montante destinado a descontos será consumido antes.

Isso porque ele conta que foram atribuídos R$ 500 milhões para o segmento. Pires diz que nesse intervalo espera que surja um novo fato, principalmente com relação à queda de juros, que, segundo ele, é o principal problema hoje para o setor. O presidente do Sincodiv diz que a queda de juros seria mais efetiva que essa política de descontos.

PERFIL

Pires explica que o perfil do comprador de carro com valor abaixo de R$ 120 mil é alguém que, no geral, tem carro seminovo para dar de entrada e financiar o restante do valor. E é justamente nesse financiamento que está o gargalo para as vendas, por causa dos juros altos e dificuldade de liberação de crédito pelos bancos.

A MP foi publicada na última terça-feira (6). Os descontos para os carros populares vão de R$ 2 mil até R$ 8 mil. “Quem atingir o máximo dos critérios - menor preço, então critério social, meio ambiente, menos poluição; e densidade industrial - terá desconto maior. Receberá crédito de R$ 8 mil, que pode chegar, em um carro de acesso, a 11,6%”, explicou o vice-presidente da República Geraldo Alckmin (PSB).

A medida provisória tem validade de quatro meses e durante esse período, o desconto será registrado na nota fiscal e não incidirá no cálculo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre o automóvel.

Para ônibus e caminhões, os descontos vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil, e são associados à entrega de veículos da mesma categoria, usados e em condições de rodagem. Também é exigida que a documentação do veículo entregue esteja regularizada, com licenciamento de 2022 e emplacamento.

Professor de economia do Ibmec, Gilberto Braga elogia o programa, principalmente a decisão de combinar critérios sociais, ambientais e o peso na indústria de determinada marca de veículo para estabelecer os descontos, que variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil. Segundo ele, o pacote está na direção certa, mas precisaria ser ampliado para surtir efeito duradouro sobre a indústria automotiva.

“Considero o pacote positivo porque acumula elementos distintos que atendem às reivindicações de um setor importante para a economia, que ainda tem as rodovias como principal eixo modal”, afirma Braga.

Diretora da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão consultivo do Senado que faz análises econômicas, a economista Vilma Pinto diz que o sistema de crédito tributário representa uma novidade. Ela considera o volume de R$ 1,5 bilhão baixo diante das receitas totais do governo (estimadas em R$ 1,911 trilhão pelo Ministério do Planejamento).

“De fato, não haverá impacto fiscal por causa da reoneração parcial do diesel [que terão o PIS e a Cofins aumentados em R$ 0,11 daqui a três meses], mas esse R$ 1,5 bilhão para o programa, cujo impacto foi neutralizado neste momento, poderá fazer falta no futuro porque o governo se comprometeu em buscar receitas para cumprir as metas ambiciosas propostas no novo arcabouço”, comenta a diretora da IFI.

Segundo Vilma Pinto, o órgão ainda não fez os cálculos de quanto o programa deverá gerar de empregos nem do impacto sobre o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos). Em relação à inflação, ela diz que o impacto do aumento do diesel sobre os índices de preços pode ser baixo por causa do barateamento dos veículos.


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