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22/04/2024 07:45
Justiça

11 dirigentes de torcidas de AL viram réus por organização criminosa

Nos últimos dois anos, a polícia apreendeu pelo menos 50 bombas em Maceió; três pessoas morreram nos ataques
/ Foto: Reprodução
Redação com Fantástico

O programa Fantástico desse domingo, 21, exibiu uma reportagem sobre a violência das torcidas organizadas de Alagoas. A Justiça do Estado levou 11 dirigentes dessas torcidas para o banco dos réus por organização criminosa.

A polícia e o Ministério Público declararam guerra contra a violência dos falsos torcedores. Segundo a investigação, o que eles faziam era levar o terror às ruas — com explosão de bombas, agressões e mortes.

O programa Fantástico desse domingo, 21, exibiu uma reportagem sobre a violência das torcidas organizadas de Alagoas. A Justiça do Estado levou 11 dirigentes dessas torcidas para o banco dos réus por organização criminosa.

A polícia e o Ministério Público declararam guerra contra a violência dos falsos torcedores. Segundo a investigação, o que eles faziam era levar o terror às ruas — com explosão de bombas, agressões e mortes.

Durante um ano, as investigações mapearam esses ataques. Nos últimos dois anos, a polícia apreendeu, pelo menos, 50 bombas em Maceió. Três pessoas morreram nessas explosões.

Uma dessas bombas também mutilou a mão de um catador de latinhas. Ela estava escondida em uma lixeira.

“Como eles não conseguem acessar os estádios de futebol com os artefatos, eles acabam — dias antes — deixando-os escondidos nas proximidades [dos estádios]. Quando têm oportunidade, vão lá, alcançam esses artefatos que sabem onde previamente esconderam, para usar na guerra”, explicou o delegado que está à frente das investigações, Lucimério Barros Campos.

Para coibir o crime, a Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) deflagrou operação, de forma inédita, chegando até os suspeitos.

Uma batalha urbana flagrada de vários ângulos

Em Maceió, as torcidas organizadas do CSA e do CRB se encontravam para assistir aos jogos no Estádio Rei Pelé. De acordo com as investigações, dentro do estádio, praticamente não havia confusão. A violência era do lado de fora. O alvo? Qualquer pessoa com a camisa de um dos times. E, para combater esse tipo de crime, polícia e Ministério Público mudaram a forma de agir.

“Aquela associação de pessoas ali tinha perdido completamente a relação com o futebol e estava tendo uma relação agora com a criminalidade", disse o delegado ao Fantástico.

Segundo as investigações, nas sedes das organizadas, os falsos torcedores fabricavam as bombas. Em conversas obtidas pelo Fantástico, um deles diz: “Demorou, mas eu já tô chegando lá pra nós tá fazendo aqui as bombas”.

Crime e intolerância

No dia 4 de maio de 2023, o CSA perdeu para o Confiança numa partida da Série C do Campeonato Brasileiro. Logo depois do jogo, o torcedor Pedro Lúcio dos Santos, conhecido como “Peu”, foi atacado, segundo a polícia, por 12 homens da torcida do CRB, após comer numa lanchonete ao lado do estádio. Espancado com pedras, paus e barras de ferro, ele morreu três dias depois.

Peu era torcedor do CSA e pai de um goleiro das divisões de base do rival CRB. As investigações descobriram que — horas antes desse ataque — o mesmo grupo investiu contra um motoqueiro, só porque ele estava com uma camisa do CSA.

Este mês, a Justiça aceitou a denúncia e manteve 15 prisões. Eles se tornaram réus por organização criminosa, uso indevido de símbolos oficiais e associação para o tráfico. As torcidas do CRB e do CSA também não podem vender produtos, nem entrar no estádio.

“Os presos, eles eram peças-chave, eles eram da diretoria, eles eram presidente, vice-presidente das torcidas organizadas”, explicou a promotora Sandra Malta.

Respostas

Em nota, a torcida organizada Comando Alvi-Rubro, do CRB, disse que não foi encontrado nenhum material ilícito na sede e que não busca a impunidade dos criminosos, mas quer um processo justo.

No dia em que o catador foi atingido, eles colocaram fotos do ferido nesse grupo de mensagens e fizeram comentários com risadas.

A torcida Mancha Azul do CSA também afirma que nada de ilícito foi encontrado na sede. No caso das bombas, os nove suspeitos presos não têm ligação com a entidade e que, em nenhum momento, ela foi procurada para esclarecer tais acusações.


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