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04/05/2024 07:35
Justiça

PM aposentado é condenado a 18 anos de prisão por matar motorista em briga no trânsito em Maceió

Fábio Jhonata da Silva tinha 26 anos e foi baleado pelas costas no centro da cidade
Defesa de Gedival Souza Silva alega inocência e diz que o réu agiu no calor da emoção / Foto: Anderson Macena/MP-AL
Redação com G1/AL

O policial militar aposentado Gedival Souza Silva foi condenado nesta sexta-feira (3) a 18 anos e 9 meses de prisão em regime fechado por matar o motorista da Secretaria de Saúde de Maceió durante uma briga de trânsito em 2021. Fábio Jhonata da Silva tinha 26 anos e foi baleado pelas costas.

Responsável pela defesa do réu, o advogado Carlos Alexandre Lins afirmou que vai recorrer da sentença, que classificou como "desproporcional à realidade dos fatos e provas dos autos".

 

O júri acatou a tese da acusação de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. "O Ministério Público sai daqui com a sensação de dever cumprido pela pena aplicada. Ele já respondia o processo preso e vai continuar preso aguardando um eventual recurso", afirmou o promotor Napoleão Amaral.

Após a leitura da sentença, a mãe de Fábio, Rosângela Joventino, falou que o resultado do julgamento traz alívio e paz por entender que a família fez tudo o que estava a seu alcance para que o assassino de seu filho fosse punido.

 

"Que isso sirva de exemplo para outras pessoas, para que não venham fazer a mesma coisa que ele [o réu] fez, atirar em uma pessoa por motivos tão banais, por besteira, uma discussão de trânsito. São coisas muito fúteis para você tirar a vida de uma pessoa", afirmou a mãe da vítima.

'Pensei que ele ia pegar alguma arma', diz réu.

Ao ser interrogado no julgamento, o réu afirmou que atirou preventivamente, pensando que Fábio Jhonata iria pegar uma arma no carro após a discussão.

 

"Eu o vi agachado no carro, a posição era como se tivesse pegando algo com a mão direita. Eu pensei que ele ia pegar alguma arma, alguma coisa. Eu nervoso e ele também por conta das discussões, eu não sabia o que ele ia pegar. Por isso aconteceu", relatou o militar Gedival Souza Silva.
O promotor Napoleão Amaral questionou a tese de legítima defesa argumentando que o réu atirou nas costas da vítima.

"Ninguém em plena consciência dá dois tiros nas costas de uma pessoa se ela não tem intenção de matar. Não quer matar? Com dois tiros nas costas? Ele quer que o Conselho de Sentença acredite na tese de legítima defesa putativa? Com tiros nas costas? Ele achava que essa arma existiu. Mas ela não existiu. Não houve legítima defesa", afirmou o promotor.

O PM aposentado justificou que atirou para acertar nas pernas de Fábio, "para ver se ele parava" no momento em que se dirigiu para o carro.

"Como [ele] estava agachado, não pegou na parte das pernas. No momento, estava juntando pessoas, como ali é no centro da cidade. Imediatamente, com medo de represália, peguei o carro e saí. Eu acredito que corria risco de vida", disse Gedival.

Família da vítima se emocionou durante o júri

Parentes de Fábio compareceram ao Fórum de Maceió para acompanhar o julgamento. Eles vestiam camisetas e levaram cartazes pedindo por justiça.

 

"Ele agiu de forma covarde, ele não deu defesa para o meu filho. Quero que a justiça seja feita e que ele seja condenado. Ele destruiu os sonhos do meu filho, a minha vida, a da minha família. É uma dor que parece não ter fim", disse Rosângela Joventino, mãe de Fábio.

Ela relembra momentos que viveu com o filho e disse que ele nunca teve inimigos.

"O Fábio era um menino maravilhoso para mim. Ele era muito família. Era um jovem de poucas amizades. Ele gostava muito de estar perto de mim, dos tios, da avó", disse.

 

 


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