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01/02/2024 15:50
Saúde

Brasil tem 645 amputações de pênis por ano, revela novo levantamento

Dados compilados pela Sociedade Brasileira de Urologista mostram alto número de desfechos graves do câncer
Brasil tem 645 amputações de pênis por ano / Foto: Instituto nacional do Câncer dos EUA
Redação com O Globo

O Brasil tem em média 645 amputações de pênis a cada ano devido ao câncer no órgão, alerta um novo levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com base em dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) do Ministério da Saúde.

De 2013 a 2023, última década, foram registradas ao todo 6.456 amputações. O ano com mais casos do período foi 2019, quando chegou a 702. O mais baixo foi o ano seguinte, 2020, em que o Brasil contabilizou 619 remoções do órgão.

 

 

"Os dados revelam que, infelizmente, o número de amputações no Brasil só registrou alguma queda nos dois primeiros anos da pandemia (2020 e 2021), possivelmente porque as pessoas evitavam procurar serviços médicos quando entendiam não ser urgente. Como o câncer de pênis ainda é muito pouco conhecido, e no início não dói, frequentemente é negligenciado”, afirma a urologista Karin Jaeger Anzolch, diretora de Comunicação da SBU, em nota.

 

 

Além disso, o levantamento da SBU mostra que, também no período de uma década, o país registrou 21.766 diagnósticos de câncer de pênis (entre 2012 e 2022) e 4.592 mortes pela doença (de 2011 a 2021). A faixa etária com mais óbitos foi a de 60 a 69 anos.

 

Os números são alarmantes, diz a sociedade, porque a maioria dos casos podem ser evitados com hábitos como higienização adequada, vacinação contra o vírus HPV (disponível no SUS) e a remoção do prepúcio quando ele não pode ser completamente puxado para trás para expor a glande e higienizá-la (cirurgia de fimose).

“O Brasil está na relação dos países com maior incidência de câncer de pênis. E uma das razões para isso é a falta de informação da população da sua existência, do diagnóstico tardio e de que a grande maioria dos casos pode ser evitada com água e sabão e vacinação”, destaca Luiz Otavio Torres, presidente da SBU.

Por isso, a entidade lança em fevereiro, mês que se celebra o Dia Mundial do Câncer, no dia 4, a quarta edição da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pênis. Como parte da iniciativa, médicos vão esclarecer dúvidas sobre a doença nas redes sociais da SBU (@portaldaurologia) durante todo o mês.

 

Sintomas, fatores de risco e prevenção

De acordo com a SBU, a doença é mais comum em homens acima de 50 anos, embora possa também aparecer em indivíduos jovens. Os 4 principais sintomas do câncer de pênis são:

Ferida que não cicatriza;
Secreção com forte odor;
Espessamento ou mudança de cor na pele da glande (cabeça do pênis);
Presença de nódulos na virilha.

Além disso, a sociedade destaca os 5 principais fatores que elevam o risco do câncer de pênis:

Baixas condições socioeconômicas;
Má higiene íntima;
Fimose (estreitamento da pele que recobre o pênis);
Infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano);
Tabagismo.

Por isso, orienta que 5 medidas simples que podem prevenir o câncer de pênis são:

Higiene diária adequada do pênis com água e sabão puxando o prepúcio;
Lavagem da região íntima após as relações sexuais;
Vacinação contra o HPV (disponível no SUS para a população de 9 a 14 anos e imunossuprimidos até os 45 anos);
Postectomia (retirada do prepúcio) nos casos em que ele não permite a higienização correta;

Uso de preservativo para evitar contaminação por ISTs como o HPV. 

As chances de cura quando o diagnóstico é precoce são altas, diz Roni de Carvalho Fernandes, diretor da Escola Superior de Urologia: “O câncer de pênis é um tumor que pode ser evitado com bons hábitos de vida e higiene, potencializado pela vacina do HPV. Quando o diagnóstico é feito em fases iniciais, conseguimos tratar com a remoção somente da pele, evitando uma retirada do pênis”.

Como é o tratamento do câncer de pênis?

O tratamento nessa fase em que há perspectiva de cura consiste na remoção da lesão por meio de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, protocolo que varia a depender de cada caso.

 

“Lesões pequenas, superficiais e pouco agressivas podem ser tratadas com ressecções locais ou até mesmo por terapias ablativas (eletrocoagulação, cauterização química)”, diz Mauricio Dener Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU.

Já quando a notícia vem tarde, um dos desfechos que pode acontecer é a necessidade de amputação do pênis. “Em casos de tumores volumosos ou amplamente invasivos, pode ser necessária a ressecção completa do pênis (penectomia radical) e até mesmo dos órgãos genitais adjacentes, como bolsa escrotal ou testículos (emasculação)”, continua o urologista.

 

 

 


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