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Geral / Isve Cavalcante
Quem é Isve Cavalcante? Isve Cavalcante é radialista desde 1971. Ele nasceu na cidade de Caruaru, município de Pernambuco. Já trabalhou em várias rádios, prefeituras e emissoras de televisão. Atualmente apresenta o programa “Show de Notícias” na Rádio 96 FM Arapiraca.
01/10/2023 10:36:50

Expressão ‘a cobra vai fumar’ se popularizou após ser adotada pelo Exército na Segunda Guerra

Símbolo adotado pela FEB após popularização da expressão "a cobra vai fumar" Foto: Reprodução © Fornecido por Estadão / Foto:

 om Estadão

A expressão “a cobra vai fumar” se popularizou no País após se tornar um dos símbolos da Força Expedicionária Brasileira (FEB), grupo de militares que participou da Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados, na década de 1940. À época, críticos da posição do governo brasileiro diante do conflito diziam que “era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”. E a “cobra fumou”.

O primeiro grupo de pracinhas brasileiros, composto por cerca de cinco mil homens, chefiados pelo general Zenóbio da Costa, desembarcou na Itália, em 1944. Eles se juntaram às tropas do 5º Exército norte-americano, integrante do 10º Grupo de Exércitos Aliados, para impedir o deslocamento alemão para a França.

A origem e a associação da expressão “a cobra vai fumar” à FEB ganhou algumas versões ao longo dos anos. Em uma delas, a frase foi atribuída à Hitler em um questionamento quanto a viabilidade da participação brasileira na guerra. Segundo o historiador Cesar Campiani, pesquisador da Força Expedicionária Brasileira, a expressão foi adotada pelos militares no início de 1945.

“Durante muito tempo predominou a versão de que essa ideia teria surgido a partir de uma fala do Hitler sobre a inviabilidade da participação brasileira na guerra. Ele supostamente teria dito que seria mais fácil ver uma cobra fumando do que o Brasil entrar na guerra. Essa anedota foi adotada, em fins de 1944, pelos brasileiros na Itália. Ficou bastante popular e a expressão foi transformada em um distintivo de braço que só começou a ser usado na Itália, no início de 1945, seguindo uma sugestão que foi dada ao comandante da FEB”, explicou Campiani.
A expressão foi transformada em um distintivo usado pelos militares da FEB. O Exército diz que a expressão já era um dito popular na época e significava “algo difícil de ser realizado”. Os militares adotaram como símbolo o desenho de uma cobra com um cachimbo na boca, acompanhado da frase “A cobra vai fumar”.

“A expressão ‘a cobra vai fumar’ já era um ditado popular da época, que significava algo difícil de ser realizado, e, se acontecesse, sérios problemas poderiam surgir. Algumas pessoas começaram a usá-lo durante o início da Segunda Guerra Mundial, como uma provocação dos mais pessimistas à Força Expedicionária Brasileira, que diziam que ‘era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na Guerra’”, . Com o envio de cerca de 25 mil militares para combater na Itália, a expressão tornou-se, então, símbolo da FEB”, diz o Exército.

Além da explicação mais difundida, Campiani conta que, após o fim da guerra, outras versões passaram a circular nas associações de veteranos.

“Surgiram outras versões nas associações de veteranos. Uma delas dizia que a cobra fumando seria o trem que passava no Vale do Paraíba que era visto pelos soldados que estavam fazendo exercícios nas montanhas próximo a Caçapava e Taubaté. O trem se assemelharia a uma cobra soltando fumaça, o que teria inspirado a cobra fumando. Outra versão fala sobre populares que se juntavam na Praça da República, em São Paulo, pra ver um espetáculo de grupos que traziam cobras dentro de malas e colocavam os animais para fumarem cigarros. Antigamente, era comum esse tipo de uso com macacos, por exemplo. Essas outras versões começaram a circular a partir dos veteranos”, afirma.

Expressão virou música em homenagem aos pracinhas
Além de batizar os militares da Força Expedicionária Brasileira, a expressão serviu de inspiração para os músicos da época, que celebraram a entrada do Brasil na guerra. A cantora Linda Batista (1919-1988) interpretou a música “A cobra está fumando”, dos compositores Benedito Lacerda e Haroldo Lobo. “A cobra, quando fuma, o estrago é de amargar, e a cuíca, quando ronca, é um chuá!”

Os intérpretes Xerém e De Morais deram voz à canção “Olha a cobra fumando”, de Elpídio Viana e Pereira do Carmo.

“Olha a cobra fumando, olha a cobra fumando. Olha a cobra, pessoal. Abre a roda, bate palma, pede bis. E sai fumaça pelo nariz. Não tenha medo, pessoal, não há perigo. A cobra é braba mas não vai morder ninguém. Antigamente ele era mais feroz”, diz a música.


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